Publicado em
23/06/2025
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Sabe quando um problema se torna de fato um problema? Quando ele é ignorado até não dar mais para fingir que não existe.
Você provavelmente já passou por situações estressantes em que uma falha, seja ela operacional, jurídica ou até ética, paralisou um setor inteiro ou comprometeu um projeto importante na empresa.
Muitas vezes, o que parece pequeno no começo ganha proporções enormes justamente por falta de uma análise prévia, estruturada e contínua.
A gestão de riscos nesse contexto ganha enfâse. E, se tratando de compliance, uma das ferramentas mais eficazes para isso é a matriz de risco.
Ao aplicar uma matriz de risco em compliance, sua empresa passa a identificar, classificar e monitorar potenciais ameaças com base na probabilidade de ocorrência e no impacto que podem causar. Essa abordagem ajuda a transformar as incertezas em decisões consolidadas e fortalece a cultura de integridade e conformidade.
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Quer entender o que é essa matriz, como ela funciona, como aplicar no seu programa de compliance e, principalmente, por que ela é tão essencial?
Acompanhe o conteúdo até o fim e descubra. Boa leitura!
A matriz de risco, também chamada de matriz de probabilidade e impacto, é uma ferramenta utilizada na gestão de riscos para visualizar e priorizar eventos que podem comprometer os objetivos de uma organização.
Ela cruza dois fatores fundamentais: a probabilidade de um risco ocorrer e o impacto que ele pode causar, caso se concretize.
Ao organizar essas variáveis em uma tabela de linhas e colunas, a matriz oferece uma representação gráfica clara dos riscos, o que permite compreensão rápida, tomada de decisão baseada em critérios objetivos e, principalmente, o engajamento de diferentes áreas no processo de gestão de riscos.
A matriz é composta por dois eixos:
Cada célula da matriz representa a interseção entre esses dois fatores, e a posição de um risco dentro da matriz define o nível de severidade, que pode ser visualmente representado por cores, como:
Para aplicar a matriz de risco, é necessário compreender os dois pilares que a sustentam: probabilidade e impacto.
A probabilidade corresponde à chance de o risco se concretizar. Essa avaliação pode ser feita com base em indicadores históricos, análises estatísticas, padrões setoriais ou mesmo por julgamento especializado da equipe.
A definição desses níveis deve ser adaptada à realidade da empresa e formalizada para que todos compreendam com clareza o que está sendo medido.
Já o impacto representa o efeito de um risco caso ele se concretize. Ele pode afetar diferentes dimensões do negócio.
No setor de compliance, a avaliação de riscos exige um equilíbrio entre técnica e contexto. Isso porque, diferentemente de áreas operacionais ou financeiras, os riscos de compliance envolvem aspectos éticos, legais e reputacionais, muitas vezes difíceis de medir com precisão numérica, mas que demandam análise estruturada.
Por isso, antes de aplicar a matriz de risco, é essencial entender como qualificar e quantificar os dois eixos que a sustentam: probabilidade e impacto.
Em relação à probabilidade, para atribuir os seus níveis, é necessário combinar os dados com uma análise subjetiva, por exemplo:
É importante considerar os fatores qualitativos também:
Sobre o impacto, no contexto de compliance, os dados potenciais podem afetar múltiplas dimensões, como é o caso:
Veja também: 5 sinais de que sua empresa precisa investir em background check
Mensurar riscos em compliance é um exercício de sistematização da incerteza. Trata-se de transformar variáveis complexas em parâmetros rastreáveis, possíveis de orientar decisões estratégicas e fortalecer o programa de integridade da empresa.
Mensurar sugere a atribuição de um valor proporcional à combinação entre a chance de algo acontecer e seu efeito potencial. A matriz de risco cumpre com esse papel quando transforma esse julgamento em uma classificação organizada, comparável e acionável.
No setor de compliance, dentre tantas identificações possíveis, isso significa identificar:
Essa etapa é fundamentada na identificação e categorização dos riscos associados às obrigações legais, regulatórias, contratuais e éticas da organização. Exemplos:
Cada risco é avaliado com base nos dois eixos principais da matriz:
Essas variáveis devem ser quantificadas ou classificadas, respeitando critérios definidos previamente.
Com as notas de probabilidade e impacto atribuídas, posicione cada risco na matriz de 5×5 ou 3×3, se a organização for menor. O cruzamento dos dois eixos define o nível de severidade do risco.
A visualização geralmente segue o padrão descrito na Figura 1.
Esse modelo facilita a leitura e ajuda a comunicar o risco de forma clara para lideranças e conselhos.
Com a matriz preenchida, é possível visualizar:
A partir disso, a área de compliance pode:
A matriz de risco deve ser conectada a outros elementos do sistema de compliance.
Como códigos de conduta e políticas internas que devem dialogar diretamente com os riscos mapeados. Canais de denúncias que devem servir como insumo para ajustar a probabilidade de riscos éticos.
A matriz de risco também pode ser integrada a processos de due diligence, servindo como receptora de dados relevantes sobre a exposição externa da empresa.
Da mesma forma, pode ser alimentada por informações obtidas por meio de background check, conectando riscos identificados em análises reputacionais, jurídicas e cadastrais a decisões críticas de negócio como contratação de colaboradores ou fechamento de contratos com fornecedores e prestadores de serviço.
Além disso, ela pode ser integrada a ferramentas como análise SWOT, mapeamentos de processos, indicadores ESG e estratégias de governança.
Cada risco posicionado na matriz deve ser traduzido em uma ação correspondente, respeitando os três critérios principais:
Veja também: Parametrização de riscos: Por que classificar ocorrências em seu KYP
Riscos classificados como baixos, mesmo que numerosos, não devem ser ignorados. Eles devem ser documentados, monitorados periodicamente e, sempre que possível, mitigados com ajustes simples.
Um ajuste significativo nessa etapa, é inserir processos de background check na sua operação.
O background check costuma ser classificado, à primeira vista, como um risco de baixa severidade. No entanto, sua negligência pode rapidamente escalar para um cenário crítico, especialmente em empresas que não possuem processos contínuos de KYP (Conheça seu Parceiro), KYC (Conheça seu Cliente), KYS (Conheça seu Fornecedor) e KYE (Conheça seu Colaborador).
Ignorar essas verificações é assumir um risco elevado ao firmar contratos com parceiros desalinhados, usuários mal-intencionados ou prestadores que não atendem aos critérios mínimos de integridade.
A adoção de um processo de background check, em conformidade com a LGPD e baseado em fontes confiáveis, proporciona previsibilidade e segurança, por exemplo, nas contratações e no onboarding de terceiros. Isso se traduz em decisões mais assertivas, redução de retrabalho e menor exposição a riscos ocultos.
Além disso, uma solução bem configurada permite que a empresa parametrize os tipos de risco que realmente importam para sua realidade, respeitando a individualidade das pessoas analisadas. Não sendo o objetivo, excluir indiscriminadamente, mas sim identificar previamente quem está alinhado, ou não, com a cultura, os valores e as exigências do negócio.
Esse tipo de checagem é uma das formas mais eficazes de atuar preventivamente, com respeito à privacidade, transparência nos critérios e foco na integridade.
Riscos moderados devem entrar em um plano de mitigação estruturado, com prazos definidos e responsáveis atribuídos. Eles não exigem resposta emergencial, mas precisam de atenção sistemática. Muitas vezes, esses riscos se relacionam a falhas de governança, lacunas em políticas internas ou ausência de treinamentos específicos pontos que, se não forem endereçados, podem evoluir para cenários críticos.
Riscos classificados como altos ou críticos são prioridade máxima. São eles que exigem resposta imediata, plano de ação robusto e envolvimento direto da alta liderança. Dependendo da natureza do risco, pode ser necessário revisar processos inteiros, interromper contratos, abrir investigação interna, ou até mesmo realizar mudanças estruturais.
É comum que esses riscos estejam associados a temas como:
Agir sobre esses riscos de forma rápida, transparente e documentada demonstra compromisso institucional com a integridade, um sinal que reverbera para dentro e para fora da organização.
Por isso, o uso consistente da matriz de risco no compliance amplia a maturidade da organização, pois mais do que cumprir com exigências regulatórias ou formalidades de auditoria, a empresa passa a atuar de forma preventiva, transparente e embasada posicionando o compliance como área estratégica, não apenas reativa.
Acha que uma matriz de risco faz sentido para o compliance da sua organização? Entre em contato com a nossa equipe e descubra como o background check pode apoiar a identificação de riscos críticos antes mesmo da contratação.
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Monise Soares
Estagiária de Marketing com foco em Produção de Conteúdo sobre Gestão de Riscos na BGC Brasil e estudante de Marketing Digital no Centro Universitário Internacional (UNINTER).
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