Publicado em
04/04/2025
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A checagem em mídias negativas é uma busca minuciosa em todos os veículos de imprensa digital e em seus bancos históricos procurando por notícias que uma pessoa ou empresa pesquisada possa ter sido mencionada.
Segundo matéria da Aon, o cenário corporativo está mais exposto e interconectado, o que significa que uma reputação empresarial construída ao longo de anos pode ser arruinada em questão de minutos.
Por esse motivo, o monitoramento da reputação tornou-se uma prática fundamental nas estratégias de compliance e gestão de riscos.
Essas ocorrências envolvem situações em que empresas ou indivíduos são associados publicamente a práticas que ferem princípios legais, éticos ou socioambientais.
E mesmo que não haja condenações formais, a mera citação em notícias sobre fraudes corporativas, corrupção, processos ou outras irregularidades pode gerar impactos severos.
Neste artigo, vamos explorar como a verificação de reputação, por meio da análise e do acompanhamento de mídias negativas, pode fortalecer o compliance empresarial, prevenir fraudes e garantir mais segurança em decisões como contratações, parcerias e investimentos. Desse modo, entendendo o papel do background check nesse processo.
Mídias negativas são qualquer tipo de conteúdo publicamente acessível que associa uma pessoa física ou jurídica a situações potencialmente danosas à sua imagem.
Os principais exemplos envolvem escândalos financeiros, envolvimento em corrupção, processos judiciais (em especial os trabalhistas e criminais), fraudes, sanções, infrações ambientais e denúncias por má conduta.
O problema central é que essas informações, mesmo quando não resultam em condenações formais, podem afetar diretamente a credibilidade de uma empresa ou profissional.
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Em tempos de decisões rápidas e negócios altamente expostos, um nome citado negativamente em veículos de comunicação pode gerar desconfiança no mercado, afastar investidores, comprometer contratos e até levar a multas regulatórias.
O caso da construtora brasileira envolvida na Operação Lava Jato, é um exemplo do escândalo que pode ser causado por mídias negativas.
Após a ampla exposição midiática de acusações de corrupção e lavagem de dinheiro, a companhia sofreu bloqueio de contratos públicos, perdeu parcerias internacionais e precisou entrar em recuperação judicial. Tudo isso, em grande parte, impulsionado pela repercussão das mídias negativas.
Leia também: Como analisar parcerias pode reduzir riscos reputacionais
Por isso, o acompanhamento sistemático dessas informações deve fazer parte das rotinas de gestão de riscos e da due diligence reputacional de qualquer organização comprometida com a conformidade e a sustentabilidade dos negócios.
Em um mercado exposto, confiar apenas em documentos e registros formais não é suficiente. Avaliar menções públicas em veículos de mídia e bases jurídicas é essencial para mapear potenciais escândalos antes que eles se tornem prejuízos financeiros ou legais para sua empresa.
Assim, ao identificar riscos públicos relacionados a colaboradores, fornecedores ou parceiros, ele permite que as empresas atuem de forma preventiva, protegendo sua imagem, seu caixa e sua sustentabilidade no longo prazo.
Leia também: Compliance como protagonista na sua Gestão de Riscos.
A due diligence não se resume à análise financeira e documental. Avaliar a reputação de pessoas físicas e jurídicas com quem a empresa se relaciona, especialmente colaboradores, fornecedores e parceiros comerciais é parte fundamental desse processo.
Leia mais: Em quais processos a Due Diligence deve ser utilizada?
Além disso, a análise de mídias negativas permite identificar menções públicas relacionadas à corrupção, crimes financeiros, danos ambientais, trabalhistas e outras práticas que possam comprometer a integridade dos negócios.
Nesse cenário, o background check ganha mais relevância. Essa prática deve ser aplicada tanto em processos seletivos quanto na homologação de fornecedores e parceiros comerciais sempre com base em critérios objetivos, éticos e transparentes.
Ao adotar o background check como etapa padrão de due diligence em contratações e novos contratos, a organização antecipa riscos e toma decisões mais informadas, evitando surpresas que só apareceriam após um escândalo vir à tona.
Veja também 7 formas de aplicar o Background check em sua empresa
Além de proteger a imagem da empresa, o monitoramento de mídias negativas contribui para o cumprimento de regulamentações nacionais e internacionais.
Leis como a Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/2013), o FCPA (Foreign Corrupt Practices Act) e a LGPD (Lei nº 13.709/2018), exigem mecanismos eficazes de compliance que previnam relações com agentes expostos a práticas ilícitas.
No caso da LGPD, o uso de dados para fins de verificação de reputação deve respeitar princípios como finalidade, necessidade e transparência.
Como reforça a Renato Almeida via Editora Roncarati, “o compliance eficaz evita que fraudes e condutas ilícitas se tornem crises financeiras”.
O primeiro passo é contar com as ferramentas certas. Recursos gratuitos como Google Alerts podem ser úteis para iniciar o acompanhamento de nomes específicos ou termos-chave relacionados à sua empresa, fornecedores ou colaboradores.
No entanto, para operações maiores ou setores mais sensíveis, vale investir em softwares especializados em background check, que fazem checagens automáticas com dados em tempo real, mídias jornalísticas e processos judiciais.
Plataformas de inteligência artificial (IA) também têm ganhado espaço por sua capacidade de classificar riscos, gerar alertas e até prever padrões de comportamento com base em histórico de publicações negativas.
Além da tecnologia, é fundamental que a empresa defina uma rotina interna de verificação.
Isso inclui a criação de políticas claras sobre quando e como realizar a verificação de reputação, por exemplo, durante a contratação de executivos, seleção de fornecedores ou renovações contratuais. O ideal é que o processo seja contínuo, e não pontual e para isso, um bom programa de compliance pode ajudar.
O monitoramento só é eficiente se vier acompanhado de uma resposta ágil.
Identificou uma mídia negativa relevante? Aja com transparência, avalie o risco envolvido e defina um plano de ação. A forma como a empresa reage a essas situações pode ser tão importante quanto a prevenção em si.
Ignorar o monitoramento de mídias negativas é um risco que nenhuma empresa pode se dar ao luxo de correr. Nos dias atuais, proteger a reputação corporativa não é um diferencial, mas sim uma exigência para garantir a sustentabilidade do negócio.
Ao adotar práticas de compliance, integradas a um sistema de gestão de riscos reputacionais eficaz, as organizações reduzem sua exposição a fraudes, processos e escândalos que podem comprometer sua credibilidade e saúde financeira.
Nesse contexto, o background check é consolidado como uma ferramenta estratégica, pois trata-se de uma prática ética, preventiva e alinhada às normas nacionais e internacionais de integridade e conformidade.
Ignorar sinais de alerta disparados pelas mídias atuais pode ser interpretado como negligência, com consequências graves para a organização.
Não espere um escândalo bater à porta. Fale com a conosco e proteja a reputação da sua empresa.
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Monise Soares
Estagiária de Marketing com foco em Produção de Conteúdo sobre Gestão de Riscos na BGC Brasil e estudante de Marketing Digital no Centro Universitário Internacional (UNINTER).
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