Publicado em
27/06/2025
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Contratar um cuidador ou cuidadora de idosos é um ato de confiança e de grande responsabilidade. Trata-se de entregar a alguém o cuidado diário de uma pessoa em situação de vulnerabilidade física, emocional e, muitas vezes, cognitiva.
É justamente por isso que esse processo exige mais do que empatia: exige critérios, verificações e segurança jurídica.
Casos de maus-tratos, negligência, abandono e até estelionato praticados por pessoas contratadas informalmente têm sido noticiados com frequência no Brasil. O Disque 100, só no primeiro semestre de 2023 contou com mais de 7 mil denúncias e registrou 282 mil violações referentes às pessoas idosas muitas delas dentro do próprio ambiente doméstico.
De acordo com o Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003), é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à pessoa idosa todos os direitos fundamentais, inclusive a integridade física e emocional. Isso significa que, ao contratar um cuidador, é essencial garantir que essa escolha seja feita com zelo, critérios objetivos e respaldo legal.
Neste conteúdo, você vai entender: por que fazer verificações antes de contratar um cuidador; quais são os principais riscos envolvidos nessa escolha e como o background check pode ajudar sua família a tomar uma decisão segura e consciente.
Contratar um cuidador de idosos envolve mais do que empatia e boa vontade. Mesmo profissionais experientes podem apresentar comportamentos inadequados, e indicações informais embora comuns não substituem uma checagem objetiva sobre o histórico da pessoa.
Infelizmente, casos de negligência, abusos físicos, psicológicos e financeiros contra idosos ainda são frequentes no Brasil. Muitas dessas agressões ocorrem dentro de casa, praticadas por pessoas que supostamente estariam ali para cuidar.
Além disso, há riscos menos visíveis, mas igualmente sérios, como: abandono durante o expediente; aplicação incorreta de medicamentos; desvios financeiros e chantagens emocionais e isolamento da família.
Por isso, fazer verificações antes da contratação não é uma medida de proteção para o idoso e para a família e isso inclui:
Leia também: Além dos criminais: quais antecedentes estamos falando, quando falamos sobre checagem de antecedentes?
Na próxima seção, vamos detalhar quais são as verificações essenciais antes de tomar essa decisão.
A escolha de um cuidador de idosos exige mais do que boa impressão na entrevista. Trata-se de um profissional que terá acesso à intimidade da casa, à saúde física e emocional de uma pessoa vulnerável, e ao convívio diário com a família. Por isso, é essencial realizar uma série de verificações antes de qualquer contratação.
Veja os principais pontos que devem ser analisados:
Antes de qualquer vínculo, é fundamental verificar se o candidato possui passagens pela justiça criminal, especialmente por crimes como, por exemplo:
Solicitar experiências anteriores é básico, mas é ainda mais importante validar essas informações. Sempre que possível:
Isso ajuda a entender como o cuidador se comportou em situações, como se foi pontual, ético, cuidadoso, e como lidou com emergências ou conflitos.
Embora a profissão de cuidador ainda não seja regulamentada por um conselho de classe, existem cursos técnicos e de capacitação com foco no cuidado de idosos. Ter ao menos noções de primeiros socorros, higiene, mobilidade e administração de medicamentos é um diferencial importante e muitas vezes necessário.
Verifique:
Consultar se o cuidador está envolvido em processos trabalhistas pode revelar conflitos recorrentes com empregadores anteriores, como abandono de trabalho, desrespeito a acordos ou faltas injustificadas. Essa verificação também pode ser feita com o apoio de um background check responsável, sem invadir a privacidade, mas garantindo transparência sobre a conduta profissional do candidato.
Antes de qualquer contratação formal ou informal:
Saber o que verificar é importante, mas saber como fazer com responsabilidade é essencial. Muitos dos dados que ajudam na escolha de um cuidador de idosos estão disponíveis em fontes públicas, mas nem sempre de forma simples ou acessível.
Além disso, é fundamental garantir que todas as informações sejam coletadas com respeito à privacidade, à dignidade do profissional e em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Por isso, é recomendável combinar buscas diretas, entrevistas estruturadas e, sempre que possível, o apoio de um serviço especializado em background check.
O background check é uma ferramenta que reúne, de forma segura e legal, dados públicos e verificações de antecedentes para apoiar decisões importantes como a contratação de um cuidador.
Ao contrário do que muitos pensam, o background check permite:
Essa análise pode ser personalizada conforme o que você considera aceitável ou não, por exemplo, priorizando a ausência de antecedentes de violência ou problemas em empregos anteriores, sem discriminar por questões que não impactam diretamente a função.
Além do background check, também é possível:
Além dos documentos, antecedentes e referências, a forma como o cuidador se apresenta, se comunica e reage a perguntas sensíveis pode revelar muito sobre sua adequação ao trabalho especialmente quando se trata de um público tão delicado quanto o idoso.
Durante a entrevista ou nas primeiras conversas, vale observar com atenção os seguintes aspectos:
Um bom cuidador sabe se comunicar com clareza, mas também com empatia. Observe se o profissional:
Cuidar é mais do que ajudar é saber até onde vai o seu papel. Um bom cuidador:
Fuja de perfis que se mostram excessivamente disponíveis sem critério ou que afirmam “dar conta de tudo” sem restrições. Isso pode ser sinal de despreparo ou tentativa de agradar sem honestidade.
Um ponto crucial é entender como o cuidador lida com emergências ou situações delicadas. Você pode perguntar, por exemplo:
As respostas ajudam a identificar bom senso, maturidade e capacidade de improvisação com segurança.
Cuidadoras e cuidadores sérios normalmente têm à mão:
Esse tipo de organização demonstra profissionalismo e compromisso com a função.
Contratar um cuidador é, acima de tudo, um ato de confiança mútua. Por isso, além das verificações técnicas, o cuidado com a escuta, com o comportamento e com o alinhamento de expectativas é parte essencial do processo.
Escolher quem vai cuidar de alguém que amamos é uma das decisões mais delicadas que podemos tomar. Não se trata apenas de preencher uma vaga ou resolver uma necessidade prática, mas de acolher, proteger e respeitar a dignidade de quem já viveu tanto.
Fazer verificações antes de contratar um cuidador de idosos não é burocracia excessiva nem desconfiança injusta. É um gesto de responsabilidade e carinho, que protege tanto o idoso quanto o profissional sério que atua com ética e vocação. Ao checar antecedentes, validar experiências e observar o comportamento com atenção, você contribui para um ambiente mais seguro, respeitoso e saudável para todos.
O background check, quando utilizado com ética e dentro dos limites legais, podem trazer previsibilidade, evitar riscos e apoiar decisões mais conscientes. E isso vale não apenas para famílias, mas também para clínicas, instituições e empresas que prestam serviços de cuidado.
Cuidar começa antes do primeiro atendimento. Começa no processo de escolha.
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Monise Soares
Estagiária de Marketing com foco em Produção de Conteúdo sobre Gestão de Riscos na BGC Brasil e estudante de Marketing Digital no Centro Universitário Internacional (UNINTER).
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