Publicado em
25/04/2025
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A Inteligência Artificial Generativa (IA Generativa) oferece soluções que vão além da automação tradicional. Mas afinal, o que é essa tecnologia?
De acordo com o curso da Escola Virtual do Governo, a IA Generativa é um ramo da inteligência artificial capaz de criar novos conteúdos (texto, imagem, som, código) aprendendo padrões de dados, simulando criatividade humana para gerar materiais novos.
Essa capacidade vem sendo aplicada em diferentes setores com resultados expressivos. A Salesforce afirma que 86% dos líderes de TI esperam que a IA Generativa desempenhe um papel significativo em suas organizações nos próximos anos, e 67% já a priorizam em seus planos estratégicos.
No contexto do compliance, essa revolução tecnológica é essencial para a atualização do setor, pois as empresas enfrentam riscos cada vez mais complexos, com normas complexas e que exigem uma adaptação constante.
A IA Generativa oferece oportunidades para otimizar processos de compliance, tornando a análise de riscos mais eficiente, reduzindo erros e aprimorando a conformidade regulatória.
Neste artigo, exploraremos como essa tecnologia pode ser aplicada no compliance, seus benefícios, limitações éticas e como as empresas podem integrá-la de forma responsável.
A área de compliance desempenha um papel fundamental para a integridade e sustentabilidade das organizações.
E os desafios enfrentados pelas equipes de compliance também se intensificam, especialmente no que diz respeito à gestão de dados, agilidade nos processos e mitigação de riscos.
Leia também: Compliance como protagonista na Gestão de Riscos
A rotina de compliance exige o cruzamento e análise de grandes quantidades de informações: políticas internas, regulamentações locais e internacionais, contratos, documentos de fornecedores, registros de auditoria e mais.
Muitas empresas ainda operam com processos manuais ou semi automáticos, o que torna o trabalho lento, suscetível a falhas e altamente dependente da capacidade individual dos analistas. Isso dificulta a padronização das ações e limita a escalabilidade dos processos.
Com tantos dados e tarefas envolvidas, a margem para erro humano é alta, seja por falhas na interpretação de normas, preenchimento de planilhas ou execução de tarefas repetitivas.
Essas inconsistências comprometem não apenas a eficiência operacional, mas também a credibilidade da área de compliance frente à alta gestão e aos órgãos reguladores.
Conheça o background check, um processo que pode auxiliar: Background check: o que é e qual a sua importância
Realizar uma auditoria completa ou um processo de due diligence pode levar semanas, dependendo da estrutura da empresa e do nível de organização da informação.
Você pode gostar: Como utilizar a due diligence em compliance
Em ambientes altamente regulados, como o financeiro, farmacêutico ou tecnológico, a lentidão na resposta às exigências legais pode gerar penalidades ou impactos reputacionais.
A Inteligência Artificial Generativa oferece novas possibilidades para transformar os processos de compliance, indo além da automação tradicional.
Com sua capacidade de interpretar contextos, gerar conteúdos e analisar dados em grande escala, a IA generativa acelara tarefas, reduz erros e amplia a capacidade de resposta das equipes.
Veja como isso pode acontecer na prática:
A IA generativa pode ser utilizada para gerar documentos e relatórios automaticamente, com base em diretrizes pré-configuradas.
Isso inclui a redação de políticas internas, contratos padronizados, pareceres jurídicos, termos de uso e manuais de conduta.
Além de poupar tempo, essa automação garante consistência na linguagem e boa aderência às exigências regulatórias.
Ao ser alimentada com grandes volumes de dados históricos e atuais, a IA generativa consegue identificar padrões de comportamento e gerar informações preditivas sobre riscos potenciais.
Isso permite que a área de compliance antecipe cenários de não conformidade, fraudes, conflitos de interesse e outros desvios que comprometam a integridade do negócio.
A IA pode ser aplicada em plataformas de monitoramento automatizado, funcionando como uma espécie de “vigia digital” que atua em tempo real.
A BGC Brasil é uma dessas plataformas. Possuímos soluções para gestão de riscos de pessoas, empresas e ativos. Nossa plataforma realiza a checagem de antecedentes (background check) fazendo uma varredura digital em tempo real dos dados de todo o território nacional. Nossa solução ajuda a evitar escândalos e facilita o trabalho do setor.
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Outra aplicação estratégica está na personalização do aprendizado corporativo.
A IA generativa pode criar simulações de dilemas éticos, materiais de treinamento adaptados por área e até quizzes interativos, tornando o conteúdo mais dinâmico e próximo da realidade dos colaboradores.
Mais do que uma tendência tecnológica, a Inteligência Artificial Generativa representa um novo patamar de eficiência e inteligência operacional para as áreas de compliance.
Ao ser aplicada com estratégia, ela entrega benefícios concretos que impactam diretamente custos, qualidade, velocidade e gestão de riscos.
A seguir, destacamos os principais:
Um dos ganhos mais evidentes está na otimização do tempo gasto em tarefas repetitivas.
Atividades como a elaboração de políticas internas, revisão de cláusulas contratuais ou montagem de relatórios passam a ser feitas de forma mais rápida e padronizada.
A IA Generativa permite que as equipes foquem em atividades de análise crítica e tomada de decisão, além de reduzir a necessidade de retrabalho e o custo com consultorias externas.
Ao processar grandes volumes de dados e cruzar informações em tempo real, a IA generativa reduz a exposição a erros humanos e inconsistências que podem comprometer a conformidade regulatória.
Além disso, ferramentas baseadas em IA conseguem identificar padrões e anomalias que passariam despercebidos por análises manuais, ampliando a capacidade de detecção de riscos emergentes e pontos cegos em processos internos.
A velocidade com que novas regras e normativas são publicadas pode sobrecarregar os times de compliance.
A IA generativa pode analisar rapidamente alterações em leis e regulamentos, sugerir atualizações em documentos internos e até gerar versões adaptadas de políticas corporativas.
O que garante respostas mais ágeis às exigências legais, reduzindo o tempo entre uma mudança regulatória e sua implementação efetiva.
Ao integrar a IA generativa em seus fluxos, a área de compliance passa a atuar de forma mais estratégica e proativa. A governança é reforçada e há um aumento da credibilidade na função perante a alta liderança, contribuindo para a construção de uma cultura organizacional baseada em integridade, transparência e agilidade na resposta aos riscos.
Apesar dos avanços e benefícios, o uso da IA Generativa no compliance exige atenção a riscos éticos, limitações técnicas e aspectos regulatórios.
A incorporação dessa tecnologia não deve substituir o julgamento humano, mas sim apoiar decisões mais seguras e eficientes, desde que acompanhada por critérios claros de responsabilidade e governança.
Uma das principais preocupações éticas é o viés algorítmico.
A IA aprende com os dados que recebe e, se esses dados contêm distorções históricas ou preconceitos, os resultados podem refletir os mesmos desvios. Isso pode impactar, por exemplo, análises de risco, perfis de fornecedores ou avaliações de compliance comportamental.
Por isso, é essencial que as organizações estabeleçam critérios transparentes para a construção e validação dos modelos de IA, garantindo diversidade nos dados, revisões humanas frequentes e ajustes contínuos nos algoritmos.
A IA Generativa pode sugerir, compilar e antecipar, mas ela não substitui a interpretação humana, principalmente quando se trata de dilemas éticos, riscos reputacionais ou decisões estratégicas.
A supervisão contínua por parte dos profissionais de compliance é fundamental para garantir que as ações tomadas estejam de acordo com a cultura e os valores da empresa.
Como qualquer tecnologia que processa dados sensíveis, a IA precisa estar em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e outras normativas internacionais. Isso inclui garantir a privacidade, o consentimento, a rastreabilidade das informações utilizadas e a segurança dos dados gerados ou analisados pela IA.
A implementação de IA Generativa deve estar alinhada com as políticas de governança de dados da empresa, e contar com auditorias regulares e planos de resposta a incidentes que envolvam dados pessoais ou corporativos sensíveis.
Embora o potencial seja grande, a IA Generativa ainda está em evolução.
Suas respostas podem ser imprecisas, baseadas em informações desatualizadas ou gerar conteúdos que exigem ajustes.
Portanto, sua adoção deve ser feita com clareza sobre suas capacidades e limites atuais, acompanhada de testes, validação e amadurecimento progressivo.
A Inteligência Artificial Generativa não é mais uma promessa distante, mas sim uma aliada das áreas mais estratégicas das empresas e o compliance é um dos setores que mais pode se beneficiar dessa transformação.
Ao longo deste artigo, vimos que a aplicação da IA no compliance não se trata apenas de automação: ela permite gerar documentos com agilidade, detectar padrões de risco, monitorar operações em tempo real e até personalizar treinamentos corporativos.
Ao mesmo tempo, não podemos ignorar os desafios éticos, os riscos de viés e a importância da supervisão humana na validação de cada decisão.
O segredo está no equilíbrio: usar a IA como aliada, sem abrir mão da responsabilidade humana.
Organizações que souberem integrar essa tecnologia com estratégia, ética e governança sairão na frente tanto no cumprimento das regras quanto na construção de uma cultura organizacional estratégica.
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Monise Soares
Estagiária de Marketing com foco em Produção de Conteúdo sobre Gestão de Riscos na BGC Brasil e estudante de Marketing Digital no Centro Universitário Internacional (UNINTER).
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